quinta-feira, 22 de junho de 2023

Passagens mais importantes;

    "— Foi dito pelos deuses e registrado por eles mesmos, em tempos passados, e mais tarde, quando os humanos surgiram, esse legado foi transmitido para a sua posteridade pelos rishis (n.e. – sábios e semideuses) da Índia antiga, que repousam nas naturezas das “espécies não humanas” muitos mistérios difíceis de serem agora compreendidos por nós, os homens. Muitas espécies não humanas foram sendo urdidas para sentirem a atração, como forma de superar a repulsão que então existia, impedindo a agregação das forças da vida universal. Esses registros ou aspectos dos segredos da vida daqueles seres foram depois inevitavelmente repassados para os humanos. Quando esses segredos vieram parar na natureza humana, os mesmos passaram a se esconder na herança das diversas “vontades imperiosas” que hoje definem muitas das personalidades que se veem obrigadas a sentirem essas atrações de antanho. Estas nada podem fazer no sentido de não senti-las”.

 

 

 

     "E observe: o “bem” já é natural nas mulheres devido a sua função de maternidade, ou seja, o “bem” tinha que existir nas “mães” para que estas pudessem cuidar dos filhos. Mas isso não quer dizer que estivesse no coração dos homens. Numa nova etapa da expansão da energia de atração vinda de um dos deuses da trimurti (n.e. – Vishnu, que na mitologia grega foi chamado de Eros ou de Phanes, e que mais tarde personificaria um homem chamado Jesus que, nessa época, ainda não havia nascido), surgiu a “doçura masculina” e esse foi um dos aspectos do problema. Nós aqui na Índia carregamos a doçura no coração, mas não fazemos disso um impulso à atração entre pessoas do mesmo sexo. O impulso comportamental que temos transforma isso em fraternidade, devido ao modo como observamos a presença do sagrado em cada pessoa, independente de sexo. Vocês, gregos, tratam essa sensação de modo diferente do nosso, transformando-a em sentimento de paixão e de amor. Isso não tinha que ser assim, mas assim é devido ao que o deus Kama (n.e. – uma das expressões de Vishnu) provocou nos seres para superar a desagregação inicial, a tal desconfiança que precisava ser superada”.

 

 

 

     “De modo estranho, há cerca de 543 milhões de anos — há controvérsias cientificas sobre a precisão exata dessa data — misteriosamente os mares do mundo já aparecem cheios de seres pluricelulares, polarizados como macho e fêmea.

    Mais ainda: esses seres pluricelulares, ao aparecerem, portanto, já ostentando órgãos sexuais, agora se sentiam “atraídos” como se a função da sexualidade tivesse surgido como subproduto de uma força desconhecida cuja meta era a de gerar um “movimento de consciência” diametralmente oposto ao que mantinha os organismos desgraçadamente desconfiados e separados uns dos outros.

    E é nessa força de atração que reside todo um mistério que hoje responde pelo desejo sexual que, nos humanos, irrompe no seu psiquismo como produto de todo esse passado. Por quê? Já que, enquanto espécie somos a mais recente surgida na história do universo, a “espécie bebê” do cosmos, é por isso que carregamos no DNA do nosso genoma toda essa carga de forças “atavicamente adormecidas” e agora potencializadas na condição de cada consciência particularizada. Mais ainda: esse impulso é sempre “atualizado” pelos fenômenos quânticos da “interconectividade não localizada” — o que implica dizer, de modo simplório, que estamos todos interconectados, independente do local onde possamos estar. 

    Nisso reside a componente homoafetiva que, como subproduto mental, como opção de superação da desconfiança, como força de atração gerada para superar de qualquer maneira a extrema desconfiança que impedia o progresso dos seres, pôde se expressar através de cada ser, de acordo com o mapa pessoal do seu “passado existencial” traduzido num código genético”.