segunda-feira, 9 de junho de 2014

Taking a Walk on the Wild Side.

Quarta-feira, seis de novembro de 2013.
Taking a Walk on the Wild Side.

Sábado, dia de finados, de tarde, Porto Alegre. Estava eu subindo a Marechal Floriano Peixoto, rumo a Duque de Caxias, quando me deparo com esse suposto casal, ele louro e bem alto, ela mais baixa que ele, igualmente loura. Eu até iria passar por ambos, só que ha uns vinte metros de mim, o cara vai para o outro lado da rua. Olhei para trás para dar outra olhada nela, e me deparo com o cara em uma atitude, no mínimo, bom nem sei como adjetivar; ele estava com as calças e cuecas abaixadas na parte de trás, deixando a mostra suas nádegas com marcas de bronzeado – marcas de fio dental. Sim, o cara era um gay, em um momento deveras homossexual, isso é o que posso dizer do que ele estava fazendo, mesmo porque foi a primeira vez que vi qualquer homem gay fazer algo assim.
E eis que, então, a “mulher” grita algo para o gay, e pelo seu timbre de voz, outra constatação, “ela”, na verdade, é um homem bastante transexualizado! Todavia, não imaginaria que fosse um transex, o que a/o traiu foi o timbre de voz meio intermediário e o jeito tremendamente afetado e falsamente feminino, que me pareceu associável a um homem gay que passa por todo aquele processo de transexualizaçao. Porém, “ela”, até então, me pareceu ser perfeitamente uma mulher “comum”, digamos assim... Não entendi o que “ela” em voz alta bradava para o outro, e nem quis saber, pois preferi seguir meu caminho.
No segundo seguinte a dar as costas a ambos, me veio à mente a memória de Lou Reed cantando "Walk On The Wild Side", canção em que o falecido nova-iorquino descreve as estorias de dois travestis de fora da Big Apple e de como foram parar na cidade. Se tudo aquilo que vi fosse parte de um filme, essa canção de Reed até poderia ser a melhor trilha sonora disponível para ilustrar toda a situação. Nunca tinha visto algo do tipo em trinta e seis anos de vida e, sinceramente me senti dentro de um daqueles filmes sessentistas de Andy Warhol, se ele os rodasse na atualidade.

Ah, sim a canção:


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